Posso falar da minha experiência.

Desordem; muvuca. 7h da manhã e aquela galera na UBS aguardando para coleta de exames laboratoriais. Gente que chegava às 5 da manhã em jejum para ser atendido primeiro. Impaciência; conflitos. Eu olhava para aquilo e pensava "Essas moças cometerão um erro na identificação de uma amostra". Imagine um erro desses em um exame HIV positivo. As mocinhas do Laboratório. Alguém vai bater nessa mocinha. Eu olhei aquilo e comecei a pensar. "Mocinha, qual sua capacidade de coleta em 2 horas?". X. 1 coleta a cada 5 minutos em média. Vamos fazer o seguinte, a coleta é agendada e a pessoa é atendida no horário. Acabou a muvuca. Mas tive que brigar. O paciente saía do Consultório com os pedidos de exames; durante o dia tudo bem, eu agendava; a funcionária da noite não queria fazer. Até que convenci a gerente e criei una inimizade. Isso não é bom no Serviço Público. Agem para te ferrar. Mas havia algo maior. Pacientes acostumados a chegar às 5 da manhã para serem atendidos primeiro reclamavam; nem sempre havia os primeiros horários no dia seguinte. Reservávamos espaço para prioridade, e isso dava alguma margem. Eu desenvolvi, eu implementei. O dono do Laboratório achou legal e implementou nas Unidades onde o Laboratorio era o dele. Nem "obrigado" me falaram. Se não pode haver falhas no trabalho, o trabalho tem que ser pensado, executado e planejado de modo a não haver falhas.

Não era aceitavel o médico não dispor de um prontuário de um paciente, prontuários físicos, porque havia sido arquivado errado e não localizado. Lá vou eu revisar o arquivamento de 27 mil prontuários e definir lógica para arquivamento; olhe o número do prontuário anterior e do posterior. Pensa que o pessoal adere? Vamos nos organizar de modo que eu possa fazer e eu vou fazer. Aí você se torna destoante; aí você cultiva inimizades; aí agem para te ferrar. É onde o prego prefere não se destacar para não levar martelada. E leva. Mas eu sei a diferença que isso fez.