O Dicionário Latim-Português e Português-Latim, da Porto Editora, informa que "crise" é traduzida pela palavra "discrimen (discriminis)", significando "momento perigoso" e "situação difícil". Por sinal, o termo "discrimen (discriminis)" é o mesmo que dá origem, na Língua Portuguesa, à palavra "discriminar" (diferenciar, distinguir) - aqui, em sentido positivo. A partir daí, teríamos "diferenciar-se" e "distinguir-se" positivamente.
Quanto à crise, do ponto de vista da atividade econômica em geral, é certo que vivemos uma situação difícil (conforme noticiado pelos meios de comunicação e também segundo opiniões especializadas relativamente ao assunto em questão). Além da atual situação econômica, creio ser importante destacar (entre tantas outras situações difíceis enfrentadas atualmente em nossa cidade), um segundo ponto: a questão da dengue, que tem sido tão recorrente ao longo dos anos e que sempre constitui, especialmente quando dos períodos de ocorrência de chuvas, momento perigoso para a nossa sociedade.
É neste contexto (momento perigoso e situação difícil), e a partir da confluência destas duas situações (tanto a relativa à atividade econômica em geral quanto a que diz respeito à dengue), que apresentaria (permitam-me) uma ideia, a ser avaliada quanto à sua viabilidade econômica e aplicabilidade operacional. Em minha opinião (e se, após avaliação, a ideia for considerada economicamente viável e operacionalmente aplicável), esta iniciativa poderia significar uma oportunidade de diferenciar-se e distinguir-se positivamente em um cenário de crise, bem como realizar objetivos que estão além dos que são relacionados à atividade empresarial em sentido estrito.
E, considerando o cenário descrito, talvez venha a ser importante sublinhar, a partir do pensamento do Prof. Antônio Vicente Golfeto (USP de Ribeirão Preto - SP), a diferença entre crescimento e desenvolvimento relativamente à atividade econômica. O crescimento é o aumento de produção a partir do simples aumento quantitativo daquilo que se produz; o desenvolvimento é o melhoramento do que se produz, é o incremento qualitativo e de inovação relativamente à produção, o que, acredito, venha a gerar crescimento se esta qualidade e esta inovação forem bem recebidas e reconhecidas pelo mercado.
II. A ideia em questão.
O centro da ideia consiste em:
Aplicar, a todos os imóveis (para locação ou venda) sob responsabilidade, um conjunto sistematizado de iniciativas para eliminar o risco de que haja possíveis criadouros do mosquito da dengue enquanto os imóveis aguardam venda ou locação.
E, a partir deste conceito central:
Desenvolver ações de publicidade que demonstrem as iniciativas acima, e que contemplem também aspectos didáticos e pedagógicos quanto a medidas as quais podem ser adotadas pelas pessoas em seus imóveis, possibilitando a atuação em caráter suplementar ao que, neste sentido, é feito pela pela Administração Municipal, por meio dos órgãos competentes.
Agora, permita-me (por favor) trazer a ideia a um patamar que permita a sua avaliação por aspectos mais objetivos.
III. O desenvolvimento da ideia central e a avaliação de sua viabilidade econômica e aplicabilidade operacional.
Isto seria feito em duas etapas:
a) A definição do conjunto sistematizado de iniciativas, o qual constitui o centro da ideia.
b) O dimensionamento das necessidades de pessoal e demais recursos.
Etapa a) A definição do conjunto sistematizado de iniciativas.
1. Verificação inicial do imóvel, para identificação de potenciais criadouros do mosquito da dengue (calhas, caixas d'água, ralos, vasos sanitários, entre outros, de acordo com a natureza e as especificidades de cada imóvel);
2. Levantamento das medidas a serem adotadas para a prevenção, conforme os dados da primeira verificação;
3. Estabelecimento dos intervalos de tempo das verificações periódicas (enquanto o imóvel, para venda ou locação, estiver sob responsabilidade).
3.1. Verificações periódicas em caso de ausência de chuvas;
3.2. E em caso de ocorrência de chuvas.
Etapa b) O dimensionamento das necessidades de pessoal e demais recursos.
1. Levantamento do número atual de imóveis para locação ou venda, sob responsabilidade bem como especificação da natureza dos imóveis (residencial, comercial, ou outros), e também o cálculo de uma média mensal aproximada de imóveis que são captados.
2. Um cálculo aproximado de um tempo médio necessário para que se proceda à identificação, quando do recebimento do imóvel (ou a verificação nos imóveis já sob resonsabilidade quando da eventual implantação desta sistemática) de tudo o que poderia vir a se tornar um criadouro do mosquito da dengue, em cada um dos imóveis (calhas, caixas d'água, ralos, vasos sanitários, entre outros). Isto poderia ser feito, talvez, por meio do acompanhamento de um profissional experiente quando este realiza estas atividades;
3. Estabelecimento de um referencial médio de tempo, desta vez mais específico (por conta das variações de tamanho e de natureza dos imóveis, além do número e do tipo de possíveis criadouros do mosquito da dengue identificados e das especificidades a serem consideradas quando da adoção das medidas relativamente à situação verificada em cada imóvel) do tempo necessário para a adoção das medidas de prevenção, o que também poderia, talvez, ser feito por meio do acompanhamento de um profissional experiente realizando as atividades em imóveis de variadas dimensões e de diversos tipos.
4. Considerando as verificações periódicas em cada imóvel, em caso de ausência e de ocorrência de chuvas, um referencial médio de tempo necessário para realizá-las, observando que estas ações, mais simples, tendem a ser definidas considerando-se um cronograma;
5. Levantamento das necessidades relativas a equipamentos, materiais e insumos a serem utilizados (escadas, ferramentas, materiais de limpeza, equipamentos de segurança do trabalho, entre outros).
6. Verificação das necessidades de treinamento de pessoal e a definição das habilidades necessárias ao profissional que viria a realizar este tipo de atividade;
7. E, a partir deste dimensionamento, a verificação de viabilidade econômica e aplicabilidade operacional (primeiro, se é economicamente viável; segundo, se é possível implantar esta lógica a partir dos profissionais que já atuam;
IV. Conclusão pela viabilidade ou inviabilidade econômica e aplicabilidade ou não aplicabilidade operacional.
Havendo a conclusão pela viabilidade econômica e pela aplicabilidade operacional, a ideia apresentada passa a ser transformada em um projeto.
Agora, permita-me apresentar as ações a serem hipoteticamente desenvolvidas a partir do conceito central da ideia.
V. As ações de marketing e de publicidade
Sendo economicamente viável e operacionalmente aplicável a iniciativa proposta, e tendo sido implantado o projeto, de modo que este seja considerado satisfatório, estão estabelecidas as bases para o desenvolvimento das ações de marketing e de publicidade. As ações em mídia escrita, televisiva, em rádio, Internet e outros (de acordo com os critérios) seriam responsabilidade dos profissionais que prestam estes serviços. Permitam-me apenas a sugestão de alguns pontos, os quais consideraria importantes:
1. A apresentação das medidas de prevenção e combate à dengue adotadas nos imóveis para locação e venda sob responsabilidade poderia ser feita de um modo simples, facilitando que as pessoas possam recebê-las de um modo, digamos, mais amigável que as instruções oferecidas pela Administração Municipal (e contribuindo, inclusive, para uma compreensão melhor das instruções oferecidas pela Administração Municipal, ressaltando, assim, o caráter suplementar da iniciativa);
2. Especialmente no que diz respeito à Internet, as medidas talvez pudessem ser oferecidas de maneira mais detalhada;
3. As ações poderiam ser desenvolvidas em linguagem bastante acessível ao cidadão médio, que constituiria o grupo inicialmente mais ativo quanto às medidas de prevenção e combate à dengue;
4. As ações de mídia televisiva poderiam ser ilustradas a partir de uma ideia de "como fazer", tornando a linguagem também mais acessível aos grupos mais amplos da população de nossa cidade;
5. A ideia de não haver concorrência em relação às ações que são, neste sentido, desenvolvidas pela Prefeitura, pelo Estado e pelo Governo Federal; antes, que pudesse ser ressaltado o caráter suplementar de ações publicitárias no que diz respeito a este tema. É preciso investir. Porém, tudo é custo e tudo é gasto.
É assim que eu entro.
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