domingo, 28 de agosto de 2022
Eu tenho que saber o quanto custa para mim produzir esse X de laranjas para vender para você. Mas há imprevisibilidade e perecibilidade. Mas dá para fixar uma janela de expectativa de produção.
Ótimo, a responsabilidade pela colheita e pelo transporte são minhas; isso custa. Tenho requisitos de qualidade da fruta a atender, tenho que observar carência de defensivos e tenho que remunerar meu trabalho, que é produzir laranjas. Em um ponto a gente tem que concordar, se você oferecer um cenário mais estável para mim, não me importo que o bônus de um maior preço da commodity seja seu; se a coisa apertar demais para você, é justo apertar um pouco para mim também. O que não dá é para me esfolar nesta busca patológica por lucro e poder. Então eu me coloco em uma posição interessante; os riscos de mercado para você são maiores, é justo que seus ganhos sejam maiores. Se a Bolsa quebrar, ferrou para todo mundo; mas vem cá, o que você faz vende, não tem estoque encalhado. Tenho os riscos inerentes à minha atividade, mas o benefício de demanda garantida. Se firmo um contrato com você, lhe dou ausência de concorrência. Tenho que planejar renovação de pomares, tenho que escalonar de modo que as plantas produzam o máximo, e você sabe que a produção varia de acordo com a idade da planta; dá trabalho pra caramba, mas vocês sabem que se eu não vender para vocês, não tenho como colocar estas laranjas todas no mercado. Ou nos profissionalizamos e cooperamos ou não sobrevivemos. "E desde quando você produz laranjas?". Escrevi para o produtor. A lógica não é a de lycrar ao máximo para comprar mais terras; é o que eu disse para você, mais estabilidade para mim, mais risco para você; menos ganhos para mim, mais ganhos para você. É diferente fornecer laranjas e fornecer autopeças. Mas temos que pensar deste modo.
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