segunda-feira, 28 de agosto de 2023

O filme começa em uma UTI.

Os batimentos cardíacos atingem o limite; a pressão arterial sobe. "Não infarta não, filho de uma puta". Ele estava sedado; mas, por alguma interação medicamentosa, a sedação não o deixou inconsciente. Ele fingiu estar inconsciente com o pouco de lucidez que conservava. "Os pulmões são inservíveis, fumante de muitos cigarros e de longa data". Para estes filmes, você precisa de consultoria técnica. O que o levaria a um quadro que, por ortotanásia, produzisse o resultado "morte encefálica"? "Mas peraê, pode ser que em alguma quebrada esses pulmões sejam melhores que pulmão nenhum". Mas ele não morre. Ela negociando ao lado dele no horário de visitas da UTI, pensando que ele estava inconsciente. 

Um tapete. Um piso encerado de modo cuidadoso para que o tapete mais deslizante possível deslizasse. Um pouco de sal a mais na comida. Uma lâmpada que ela providenfiou para que não funcionasse. Móveis e objetos dispostos de modo a, quando ele caísse da própria altura, houvesse de modo provável um dano cerebral. A trajetória mais provável de um corpo que cai. E as coisas saíram melhor do que ela imaginava; não precisaria tentar corromper profissionais de saúde. Ela contratou e seduziu um detetive; dá o nome da pessoa e ele te fala tudo. Talvez por descender de um povo com uma caixa craniana um pouco mais resistente. "O desgraçado teve alta da UTI, dá para aguardar um pouco? Até ele bater com a cabeça na movimentação do leito". Ou alguma coisa cair na cabeça dele. "Em dólares e em espécie".

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